Direitos, Infância e Agenda Pública – Uma análise comparativa da cobertura jornalística latino-americana

direitosirNo ano em que se comemora o vigésimo aniversário da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, garantir foco nas condições de vida da infância e da adolescência con- tinua sendo uma prioridade fundamental.

Isto porque, de um lado, a Convenção impulsionou um movimento internacional na direção do reconhecimento de cada menina ou menino enquanto sujeito de direitos, o que se traduziu em políticas e ações que impactaram positivamente na qualidade de vida desses segmentos populacionais. Mas por outro lado, em muitas regiões grande número de crianças ainda se vê privada de um desenvolvimento integral, seja em decorrência da falta de acesso a direitos essenciais, como educação e saúde, ou porque vivenciam graves situações de risco, derivadas de diversas manifestações da violência.

Nesse cenário, é importante levar em conta que a América Latina, como continente mais desigual do mundo, tem sua lista de tarefas aumentada. Da mesma forma, acaba reforçada a importância da mídia noticiosa da região no trabalho de monitoramento das ações gover- namentais e também no sentido de fomentar o debate em torno da formulação de políticas públicas capazes de responder aos desafios relacionados à garantia e à promoção dos direitos de nossas crianças e adolescentes.

A presente publicação objetiva colaborar com os meios de comunicação nessas duas ver- tentes. As páginas a seguir foram elaboradas com base em estudo realizado pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) e pelas agências que integram a Rede ANDI América Latina. Estudo este que traz a análise da cobertura jornalística de 12 países, nos anos de 2005 a 2007. Ao todo, foram verificados 795 mil textos a respeito das mais variadas temáticas que dizem respeito aos direitos e à qualidade de vida dos referidos grupos etários.

Os resultados sinalizam progressos, sobretudo na quantidade de notícias publicadas, o que é promissor e revela, em relação à radiografia anteriormente implementada, um interesse cres- cente da mídia pelos vetores da agenda social. Porém, ao mesmo tempo, a pesquisa diagnostica a necessidade de se fortalecer uma abordagem mais plural e contextualizada, aprofundando a análise não apenas sobre os diferentes fenômenos que afetam as crianças e os adolescentes, mas também sobre as soluções propostas.

Esperamos que os dados disponibilizados a seguir – e as reflexões que os cercam – ve- nham a contribuir, de forma efetiva, para uma cobertura jornalística que traduza os esforços do continente rumo a um modelo de desenvolvimento mais inclusivo e sustentável. Ao mesmo tempo, a ANDI e a Rede ANDI América Latina sabem que a notícia de qualidade depende não só da atividade de bons profissionais das redações, mas também dos conteúdos que lhes são oferecidos por suas fontes de informação. Nesse sentido, acreditamos que esta edição da publicação “Direitos, Infância e Agenda Pública” sirva também como ferramenta de orientação aos atores sociais em seu diálogo com os meios de comunicação.

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